domingo, 1 de fevereiro de 2009

Rewind 2008 VII: Cinema

TOP 2008

Do pouco cinema que vi o ano passado, estes foram os melhores:

Synecdoche, New York, de Charlie Kaufman
Un Conte de No
e
l, de Arnaud Desplechin
Hunger, de Steve McQueen
The Dark Knight
, de Christopher Nolan
Waltz With Bashir, de Ari Folman
Nightwatching, de Peter Greenaway
Andando, de Hirokazu Koreeda
Happy Go Lucky, de Mike Leigh
Let The Right One In, de Thomas Alfredson
Il Divo, de Paolo Sorrentino
Che, de Steven Soderbergh

Irei adicionar mais títulos à medida que for vendo outros filmes de 2008 que estejam acima da média.
Não fui muito ao cinema em 2008, mas parece que escolhi o ano certo para não ver filmes, porque 2008 foi um ano para esquecer. David Fincher, completamente em contra-natura, deu-nos um dramalhão histórico, com The Curious Case of Benjamin Button; Wall-E foi uma oportunidade perdida para se fazer ficção científica verdadeiramente original; Wong Kar-Wai ficou lost in translation na América, com My Blueberry Nights; Spielberg violou Indiana Jones (sim, isso mesmo); e os melhores filmes que vi em 2008 não são de 2008.

Como em Portugal os filmes chegam às salas 3 meses atrasados (e às vezes muito mais) em relação à data oficial, acontece por vezes estarmos a discutir filmes que, de facto, têm mais que um ano. Por isso, aqui vai um top dos filmes de 2007, já que muitos deles estrearam em 2008 no nosso país:

01. There Will Be Blood (Paul Thomas Anderson)
02. No Country for Old Men (Joel Coen e Ethan Coen)
03. Zodiac (David Fincher)
04. Paranoid Park (Gus Van Sant)
05. Control (Anton Corbjin)
06. The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford (Andrew Dominik)
07. En La Ciudad de Sylvia (José Luis Guerín)
08. Atonement (Joe Wright)
09. 4 Luni, 3 Saptamani si 2 Zile
4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias (Cristian Mungiu)
10. Le Scaphandre et le Papillon
O Escafandro e a Borboleta (Julian Schnabel)
11. Se, Jie ▪ Sedução, Conspiração (Ang Lee)
12. Youth Without Youth (Francis Ford Coppola)
13. The Silence Before Bach (Pere Portabella)
14. Le Voyage du Ballon Rouge
O Vôo do Balão Vermelho (Hou Hsiao-Hsien)
15. The Hoax (Lasse Hallström)
16. Dear Wendy (Thomas Vinterberg)
17. Chansons d’Amour (Christophe Honoré)
18. Sunshine (Danny Boyle)
19. Persepolis (Marjane Satrapi & Vincent Paronnaud)
20. Taxidermia (György Pálfi)



BFI + Michael Snow
Como qualquer cinéfilo que se preze, quando estive em Londres passei pelo BFI (British Film Institute), o equivalente à nossa cinemateca, mas sem o pretensiosismo do Bénard da Costa. Consegui assistir a várias obras de Michael Snow, incluindo uma exposição de vídeo-arte dedicada ao realizador Canadiano e uma masterclass organizada pelo BFI, tudo integrado num ciclo que se prolongou até Janeiro.

Há mais de Snow para além de Wavelength. Para além de toda a informação sobre o desenvolvimento da obra de Michael Snow e o que faz dela única – houve projecção e comentário das primeiras obras – fiquei a saber que Snow adora contar histórias. Principalmente aquelas que têm a ver com as circunstâncias em que as suas obras aconteceram. Ficámos a saber, por exemplo, que não havia grande troca de ideias entre os autores do cinema artístico nova-iorquino (como Andy Warhol) e os autores de cinema experimental ou avant-garde, da geração de Michael Snow, Maya Deren e Brakhage, por exemplo, apesar de todos trabalharem no mesmo medium e na mesma cidade. Acho, no entanto, que muitas das preocupações artísticas de ambos os grupos coincidem. Ao que parece, e pela boca de Michael Snow, os dois grupos foram evoluindo mais ou menos independentemente, com poucos pontos de contacto. Um deles foi na mostra da primeira curta metragem de Snow, quando de entre uma chuva de assobios, Andy Warhol pediu para falar com o autor, porque o filme era “fantástico”!

Para além do realizador, falou-se de Michael Snow o artista multidisciplinar – a pintura, escultura, fotografia – ele que até começou como músico de Jazz. Mas quando interrogado sobre a unificação da sua obra dos diferentes media, Snow oscila entre o silêncio, a ironia e a evasão à pergunta...

http://www.bfi.org.uk/
http://www.bfi.org.uk/whatson/michael_snow_in_conversation_0
http://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Snow




INDIE LISBOA ‘08 – 5º Festival Internacional de Cinema Independente – Cinemas Londres, S. Jorge, Fórum Lisboa, Teatro Maria Matos – de 24 de Abril a 4 de Maio de 2008.
Toda a gente já sabe tudo sobre o Indie Lisboa. Como sempre, só vi metade dos filmes que queria ver porque Lisboa inteira decidiu atolhar as salas e ver as últimas aberrações do cinema, filmes que nem de graça veriam em casa. Não é por gosto, é fascínio mórbido. Ou então é por hedonismo e vontade de estar in, ainda não tenho a certeza.
O cartaz de 2008 não foi tão bom como o de 2007, mas a organização parece estar cada vez melhor. Uma característica que à partida seria um ponto negativo – o festival decorrer em pontos separados da cidade – tornou-se um conceito interessante e uma oportunidade para os estrangeiros verem cinema e conhecerem Lisboa ao mesmo tempo. E um motivo para o resto das pessoas andar uns kilómetros a pé e chegar às sessões à conta…

Os melhores filmes que vi no Indie Lisboa 2008:

En La Ciudad de Sylvia (2007), de José Luis Guerín
(3 de Maio, 21:45)
The Silence Before Bach (2007), de Pere Portabella
(27 de Abril, 21:15)
Import Export (2007), de Ulrich Seidl
(28 de Abril, 19:00)
Four by (2008), de Lukas Maximilian, curta-metragem
(27 de Abril, 19:45)

Um dos bons momentos foi a masterclass de Johnny To (Herói Independente 2008) no Maxime.

Sem comentários:

Enviar um comentário